20 de fevereiro de 2016

Economia portuguesa: ninguém sabe do que fala

Em Portugal só há um grupo de portugueses que sabe medir com 100 por cento de eficácia o crescimento ou retracção da economia: os contribuintes. Todos os políticos, comentadores e analistas que por aí surgem na praça são simplesmente ridículos e nem sabem que o são.
Todos podem formular as suas opiniões, justificar números e cifras, e fazer projecções, mas em última análise são as famílias portuguesas que bem sabem quanto a vida custa. Quanto o dinheiro está caro. Não há neste momento ninguém com credibilidade (no País ou no estrangeiro) para falar sobre economia ou finanças. Estamos entregues à bicharada e só podemos contar com o dinheiro que temos no bolso.
Portugal está desde 2008 entregue a terroristas financeiros sem cara, constante e levianamente apelidados de “mercados”. Aliás, sabe-se agora que estes “mercados” (e o próprio Eurogrupo) estão a forçar Portugal a um plano B. Em causa está os planos orçamentais apresentados por Centeno.
E que medidas é que poderão fazer parte deste plano B português? Nem Mário Centeno, nem os outros responsáveis políticos europeus quiseram avançar com ideias. Os mercados irão ditar as reformas a seu tempo. E os contribuintes portugueses irão uma vez mais pagar a factura.
Afinal, qual é o grande problema, pergunta – e bem – o leitor. A questão de fundo é que a economia portuguesa cresceu 0,2 por cento nos últimos três meses do ano, um resultado que confirma o desempenho mais fraco registado na segunda metade do ano passado e que representa o segundo trimestre consecutivo de desempenho mais fraco do que a média da zona euro. A variação do PIB no total de 2015 foi de 1,5 por cento. Depois de ter registado nos dois primeiros trimestres do ano um crescimento do PIB em cadeia de 0,5 por cento e de ter estagnado no terceiro trimestre, a economia portuguesa voltou no quarto trimestre a uma variação positiva. O valor conseguido, de 0,2 por cento, é, contudo, mais moderado do que o apresentado no início do ano.
Ou seja, percentualmente continuamos com uma dívida extremamente elevada em relação ao nosso Produto Interno Bruto.
Os mercados não perdoam e as taxas de juro que vinham a descer já galopam como cavalos selvagens. O ministro alemão das Finanças já manifestou “preocupação” e “tristeza”, pela subida das taxas de juro de Portugal. Wolfgang Schäuble espera que os problemas com o país “não voltem a aparecer”, especialmente porque até aqui, Portugal “estava” no bom caminho. Ainda que a Alemanha seja uma das beneficiadas com a crise nacional.
Nem tudo são notícias más. Ainda que valha de pouco, parece que a economia portuguesa é a 29.ª economia mais inovadora do mundo. A conclusão é da Bloomberg, que divulgou o ‘ranking’ dos países que mais ajudam o desenvolvimento e criação de novas ideias, com destaque para o sector da tecnologia.

19 de fevereiro de 2016

Islamização da Europa: fantasia ou realidade?

Os esforços dos políticos europeus de regularização da crise migratória continuam questionáveis, enquanto movimentos anti-imigração ganham força.

A enorme onda de refugiados e imigrantes que tem chegado à Europa nos últimos meses, provenientes da Síria, do Afeganistão, do Iraque e de outros países muçulmanos, está produzindo fricções e descontentamento nas populações dos países do Velho Continente, não obstante a política oficial de tolerância e multiculturalismo presente em quase todas as democracias da UE, com excepção talvez da chamada Nova Europa, os países de Leste. 
Espaço Schengen, bandeira da União Europeia
© FLICKR.COM/ OONA RAISANEN
Milhares de pessoas vindas do Oriente Médio e de África chegam diariamente às costas de Itália e da Grécia. Estima-se que em 2015 tenham chegado ilegalmente à Alemanha mais de um milhão de pessoas. Parte deles são refugiados, outra parte são imigrantes económicos e, conforme é regularmente indicado na mídia, não é de excluir que entre eles tenham vindo também algumas centenas de terroristas. De referir, neste contexto, que uma percentagem importante das pessoas que chegam à Europa são provenientes dos países que foram alvo de intervenções militares por parte dos EUA e seus aliados.
Em muitos países, os partidos anti-imigração estão ganhando força, seja a Frente Popular na França, o Partido da Liberdade na Áustria (que nas últimas eleições locais obteve mais de 30% dos votos), o Partido Popular na Dinamarca (segundo lugar nas eleições gerais), o partido Verdadeiros Finlandeses na Finlândia, o AfD na Alemanha, sem falar na Aurora Dourada na Grécia, na Liga do Norte na Itália ou do Partido Suíço Popular (SVP), entre outros. 
Na Alemanha, o movimento anti-Islão Pegida organizou no passado dia seis manifestações em várias cidades europeias como Amesterdão, Praga, Calais, Varsóvia e Birmingham. Calais, onde se concentram cerca de 5.000 imigrantes para tentarem passar ilegalmente para o Reino Unido através do Túnel da Mancha, foi a cidade que registrou mais participantes do protesto anti-Islão.
Após as primeiras manifestações em Dresden que reuniram milhares de pessoas, o Pegida apela ao fim do que chama a “islamização da sociedade”. Paralelamente a isso, há nos países europeus também movimentos de sinal contrário, que se mostram dispostos a acolher os refugiados e a observar valores como a compaixão e a tolerância para com todos os que chegam à Europa, venham de onde vierem. 
Mas o tema não é apenas motivo de manifestações de rua, é também alvo de discussão inflamada na mídia, por exemplo em França, e ainda tema para obras de investigadores e cientistas políticos. 
Refira-se apenas um deles, Alexandre del Valle, cientista político e jornalista franco-italiano, especializado em radicalismo islâmico, terrorismo e nas relações Ocidente-Rússia. Ele é pesquisador associado no Instituto Choiseul, sendo colaborador em várias mídias como o Atlantico, France Soir ou Politique Internationale.
Um dos seus primeiros livros tem um título sugestivo: “O Islamismo e os Estados Unidos: Uma Aliança contra a Europa”, no qual ele abordou a forma como os serviços secretos dos EUA utilizaram os Mujahedeen afegãos na sua luta contra a União Soviética.
A sua segunda obra, de 2002, intitula-se “O Totalitarismo Islâmico ao Assalto às Democracias”.
O livro seguinte, de 2009, chama-se simplesmente “A Islamização da Europa”. 
O autor publicou ainda outras obras, nomeadamente o livro “O Islão Radical é uma Arma de Destruição Massiva” (2013).
“Há dez anos, o perigo de a Europa se tornar, dentro de uma ou duas gerações, maioritariamente islâmica era uma fantasia. Hoje em dia, é uma perspectiva bastante realista (embora não certa), porque a Europa renunciou aos seus valores judaico-cristãos e está dominada, por uma cultura de culpa e de morte, por um suicídio civilizacional colectivo (…) A nova realidade da islamização demográfica, cultural e psicológica está a constituir-se em toda a Europa, com 'provas de força', provocações ou escândalos provocados pelas organizações islâmicas subversivas, sob pretextos como o véu islâmico, a Burqa, as caricaturas de Maomé ou os minaretes na Suíça. Através destes escândalos mediáticos — aliás muito bem preparados —, as organizações islâmicas pretendem instaurar um clima de terrorismo psicológico e exercer pressão sobre os governos europeus e sobre uma opinião pública culpabilizada”, escreve o autor no livro “A Islamização da Europa”.
Curiosamente, Alexandre del Valle defende a ideia de aproximação entre Rússia e Europa para criar um novo bloco geopolítico, necessário para combater a ameaça islamista.
O autor disse há dois anos (ou seja, ainda antes da crise dos refugiados) em uma entrevista ao jornal francês Le Figaro:
“Os estrategistas da OTAN, tal como nossos líderes intelectuais e adeptos de uma concepção desenraizada do Ocidente, vêem na Rússia de Putin a última nação europeia que se atreve a desafiar o que eu chamo de "cosmopoliticamente correto". Eu sempre lamentei o fato de que a Rússia ainda é retratada como um perigo. Certamente, ele está longe de ser impecável, mas muitas vezes esquecemos que Vladimir Putin começou sua carreira política com o "clã pró-ocidental-liberal" de São Petersburgo, sob a proteção do ex-prefeito de São Petersburgo Anatoly Sobchak, e ele só se tornou hostil para com o Ocidente a partir de 2004, em resposta à guerra do Iraque, voltada contra o aliado de Moscou e, especialmente, após as "revoluções coloridas" apoiadas pelo Ocidente na Geórgia e na Ucrânia para desestabilizar a vizinhança da Rússia”, disse ele na referida entrevista.  
Em Portugal
Em Portugal a islamização (ainda) não é um problema. Com uma tradição antiga de emigração e de integração de imigrantes, os portugueses não se preocupam muito com o tema. No entanto, a decisão do governo de acolher parte dos refugiados do Oriente Médio de acordo com as cotas propostas por Angela Merkel, tem levado a algumas discussões na mídia e a uma maior visibilidade do Partido Nacional Renovador (PNR), até agora “marginalizado” pela intelectualidade e pela mídia. Considerado como tendo pouquíssima expressão na sociedade, a verdade é que o seu apoio praticamente duplicou nos últimos anos. 
Militantes do Daesh (Estado Islâmico) em comboio rumo ao Iraque
© AP PHOTO/ MILITANT WEBSITE VIA AP, FILE
Se nas eleições legislativas de 2011 havia obtido 17.742 votos, nas eleições de outubro passado já alcançou 27.269 votos.
Esta força política tem realizado diversas manifestações na capital. A última decorreu no passado sábado (13), no centro de Lisboa.  
Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se na Praça do Martim Moniz.
“Mais uma vez, queremos alertar os portugueses para o perigo da invasão islâmica do velho continente, que também afetará Portugal, e também alertar para as injustiças cometidas ao dar-se aos invasores aquilo que é negado aos nossos”, indica um comunicado do partido.
"As violações, os desacatos, as agressões, intimidações, o Islão está a invadir a Europa, mas os primeiros culpados nem são os invasores, eles estão no papel deles, os primeiros culpados são os nossos governantes, que não só estão a permitir esta invasão, como estão a incentivá-la (…) É um protesto contra a islamização da Europa, que representa um perigo gravíssimo e que muitas pessoas ainda não estão a perceber", afirmou o líder do partido, em declarações aos jornalistas.
A pouca representatividade deste partido muito provavelmente não lhe dará influência na sociedade, mesmo a médio prazo. Mas não deixa de chamar a atenção para um problema que, sem qualquer dúvida, terá que ser muito bem refletido pelos países europeus.  
                                                 fonte

13 de fevereiro de 2016

Se fosse fácil, não era para nós!

Um leão pode cair na luta, mas levanta-se, lambe as feridas, eriça a juba faz ouvir o seu rugido e volta à batalha.
O leão quando tem um objectivo, não vacila, vai sempre em frente.
O nosso rugido colectivo estará sempre presente.
A esperança vive connosco.

12 de fevereiro de 2016

Politiquices Par(a)lamentar

              Assim se governa em Portugal (neste Regime)
Sempre que assisto aos debates na Assembleia, apercebo-me de toda aquela politiquice imunda que está por detrás de toda aquela algaraviada. Não se trata só da mediocridade, essa já há muito que nos habituaram, mas sim, do submundo do crime organizado em que se transformou o Palácio de São Bento, em que os crimes contra Portugal e os portugueses estão sempre na ordem do dia. Os casos são mais do que muitos. Basta acompanhar com um pouco de mais atenção, para apercebermo-nos de todos os males perpetuados contra a Pátria.
Infelizmente, para nós, estas criaturas a que chamam deputados tomam decisões importantes, como se de um jogo de computador se tratasse e não do destino de milhões de portugueses. O mais importante para eles, é o seu bem-estar e o dos seus…
Ninguém desta corja quer saber o que realmente se passa em Portugal, ninguém se importa; a Direita, já há muito que deixou cair o Estado Social; a Esquerda vive da desgraça alheia, já que é essa mesma desgraça que lhes permite promover manifestações em larga escala, para seu belo proveito.
Esses mesmos políticos circulam pelos corredores do poder como autênticos pavões, trocam impressões com os seus adversários, dão as últimas gargalhadas antes de se enfrentarem na “arena”. Depois é vê-los opinar sobre todas as matérias, esgrimam-se em argumentos, números e gráficos e se isso não resultar, então passam para as calúnias e lá começa o “lavar de roupa suja”.
Depois de muita tagarelice, chega a hora de se legislar e aprovar mais uma série de sacrifícios e de se extorquir mais uns euros, quer seja pelo aumento de impostos, quer seja pelos cortes salariais ou uma outra modalidade inventada na altura. Os “direitinhas” aplaudem e os “esquerdalhas” mostram-se “insatisfeitos”, mas já esfregam as mãos de contentamento; novas acções se avizinham; a CGTP, o braço-direito do PCP, sempre foi especialista nesta matéria… mas eis que chega o então “merecido descanso do guerreiro”.
Deslocam-se sorridentes para o almoço, cientes de que aprovaram o melhor para o país. Serve-se umas tábuas de queijos e um bom vinho para acompanhar, troca-se mais umas impressões com os adversários, fala-se do debate, solta-se mais umas gargalhadas e lá lhes é servido o prato principal. Uns optam por “Pombo torcaz” outros preferem “Porco preto” alimentado a bolota, mas há ainda quem queira um “Bacalhau” da espécie “Cod Gadusm morhua”, porque a vida não está para grandes gastos. Toma-se o digestivo e logo se preparam para mais uma longa tarde que se avizinha, e mais uma vez, o povo lá terá de assistir a esta degradação mórbida com a esperança de que os “lobos com pele de cordeiro”, não avancem com mais um pacote de medidas extremas.
Assim se governa Portugal!

                                   http://www.pnr.pt/

11 de fevereiro de 2016

Cavaco vai ficar na maior

Assim que abandonar Belém, Cavaco Silva vai ter um gabinete num antigo convento e acumular a subvenção de ex-Presidente com a pensão do Banco de Portugal. Ou seja, vai ter menos chatice e ganhará mais do que nos últimos dez anos.
Há quem esteja a organizar festas em Março para, finalmente, celebrar a saída de Cavaco Silva de Belém, mas é preciso recordar a essas pessoas que quem estará ainda mais contente por deixar o histórico palácio cor-de-rosa é o próprio Cavaco Silva. Durante os últimos dez anos, o mais alto representante da Nação tinha de optar entre o salário de Presidente da República e a pensão de professor e do Banco de Portugal.
Agora, quando abandonar o cargo, Cavaco Silva vai passar a receber um subsídio como ex-presidente para poder pagar o gabinete a que tem direito depois de ter servido a Nação. E isso pode ser acumulado com a pensão. A conclusão é óbvia: basta fazer as contas e verificar que o antigo primeiro-ministro e líder do PSD vai ter mais dinheiro e menos problemas. É a reforma dourada dos ex-presidentes que foi analisada pelo Tribunal de Contas (TC) e deu origem a um relatório apresentado no mês passado. De acordo com o trabalho do TC, “verificou-se que a regulamentação da instalação, composição e funcionamento dos gabinetes dos ex-Presidentes da República é manifestamente insuficiente”.
Acrescenta o documento que “a situação existente evidencia, também, a consolidação de decisões casuísticas num quadro de igualdade de tratamento aos ex-titulares”. Explicado por miúdos: a lei está mal feita e permite que cada ex-Presidente da República faça como quer. O TC registou que, enquanto o ex-Presidente Ramalho Eanes (1976-1986) usa o dinheiro do Estado para pagar as despesas de condomínio do Edifício Presidente, já o fundador do PS, Mário Soares (1986-1996), paga uma renda mensal de 4,3 mil euros pelo gabinete que tem na fundação com o seu nome.
Por sua vez, o antigo líder socialista Jorge Sampaio (1996-2006) ocupa um imóvel cedido a título gratuito pelo Estado, na Casa do Regalo. Cavaco Silva (2006-2016), ainda não saiu de Belém, mas há mais de um ano que se realizam obras de recuperação do Convento do Sacramento, na zona de Alcântara, perto da Praça da Armada e do Palácio das Necessidades. É aí que o futuro ex-Presidente Cavaco vai poder ter o seu gabinete.

10 de fevereiro de 2016

O desvirtuamento social e económico de Londres e o Britexit cada vez mais real

Londres é a capital do Mundo, sem dúvida. Só superada pela capital do Universo – que será Nova Iorque. Londres é a História da Europa, é a educação social, é a arquitectura que nasceu após o grande incêndio, é o sinónimo de estabilidade de vida e do multiculturalismo… Bem, Londres é, mas o verbo dirige-se para o passado à medida que a capital caminha velozmente num pantanoso presente.
Já por aqui falei que Londres não é de todo a cidade mais criativa do mundo. Aliás, por estas bandas, até se olha meio de lado para quem quer reinventar a roda. E isso tem uma explicação: os ingleses são, na sua essência, moderados e ponderados. Qualquer mudança tem de ser pensada, analisada e discutida bem antes de qualquer primeiro passo ser dado.
A crise mundial e europeia trouxe uma nova realidade. Londres será das cidades do mundo que mais recebeu imigrantes desde 2008. É cada vez mais difícil encontrar um inglês a trabalhar em Londres e ainda mais difícil é encontrar um londrino em Londres. Não são só os árabes, indianos e paquistaneses a povoar a cidade. Ouve-se cada vez mais português, espanhol, francês e italiano nas ruas da capital inglesa.
A visão de uma Londres de respeito onde as regras sociais eram a base forte que sustentava a vida em comunidade é uma visão cada vez mais desactualizada. A vinda de imigrantes em grande escala para Londres desvirtuou a sociedade londrina. Ainda que, a bem da verdade, tenha de ressalvar que essas bases não desapareceram totalmente pelo facto dos imigrantes terem a necessidade de encontrar algo em comum quando aqui chegam: adoptando alguns dos hábitos locais. Mas cada vez menos.
Os imigrantes vêm para Londres com um objectivo claro: fugir às dificuldades dos seus países. Aqui, em Londres, abrem os seus negócios e esperam os dias dourados que a sua imaginação prometeu.
Por isso, Londres assiste a um cenário que me faz lembrar os dias que antecederam a crise do sul da Europa. Espero estar enganado. A bolha imobiliária é ridícula e estrondosamente grande. E promete crescer nos próximos tempos: já custa tanto uma casa nos subúrbios como no centro da cidade.
Com o ordenado mínimo a rondar as mil libras e as rendas de quartos (só quarto, em casa partilhada) a chegarem às 800 libras, não é difícil prever o futuro: mais dificuldades em pagar as contas, mais pedidos de ajuda ao Estado… Onde já vimos este cenário?
O Governo quer começar a reduzir a população já em 2019… Nessa altura, se efectivamente houver uma redução de população, a bolha irá rebentar. Já estivemos mais longe de uma nova crise europeia. Por isso é que a saída do Reino Unido da União Europeia é cada vez menos uma hipótese e mais uma realidade.
Quem mais perderá com o Britexit?
Retirado daqui

9 de fevereiro de 2016

LigaPro: A II Liga começa a sua reinvenção desvalorizada

A derradeira semana de janeiro ficou marcada por uma anormalidade desportiva. Uma anormalidade que teve pouco impacto mediático, mas que deixou, ainda assim, muitos queixos caídos neste tempo que também é das redes. O protagonista da anormalidade foi Pedro Proença, o cenário foi feito na China e a vítima foi a II Liga portuguesa.


No dia 25 de janeiro, a Ledman, a empresa que poderá vir a tornar-se na principal patrocinadora do segundo escalão do futebol português, anunciou uma verdadeira bomba nuclear desportiva: os dez melhores clubes da II Liga teriam de dividir entre si outros tantos atletas chineses, para além de três treinadores adjuntos. A isto – e aqui é que a fissão acontece verdadeiramente – acrescia a exigência de garantias de utilização dos atletas por parte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). No dia seguinte, a fórmula foi suavizada pela Ledman. Os 13 chineses andariam por cá, mas agora sem referências a imposições.

Enquanto a Ledman dizia e contradizia novas regras sobre o funcionamento do segundo escalão do futebol português, a LPFP não fez mais do que uma simples fuga para a frente. «Os pormenores da parceria a celebrar entre Ledman e a Liga Portugal serão divulgados em tempo oportuno», limitou-se a afirmar a organização presidida por Pedro Proença.

Foi preciso esperar até dia 29 de janeiro para o líder da LPFP reagir de viva voz aos ditos e desditos de um patrocinador que surgia pela sua mão. E o que fez Pedro Proença? Afirmou o que devia ter sido afirmado de início e a uma só voz. E passou responsabilidades para os clubes. Quanto a esta última parte, não me espanta. Afinal, Pedro Proença tem-se revelado um líder frágil. Quanto à primeira, é tão óbvia que me surpreende como pôde chegar com vários dias de atraso.

«Obviamente que não há obrigatoriedade de jogadores jogarem minutos. Aquilo que existe neste princípio de acordo – e volto a dizer que é um princípio de acordo que tem de ser ratificado em sede de direção da Liga – é uma grande vontade de podermos dar formação a treinadores, a técnicos, como também a jogadores».

As palavras são de Pedro Proença e revelam um boa intenção. Afinal, poder ajudar na formação de um gigante seria muito útil para a marca do futebol português. Seria marcar terreno desde cedo num mundo ainda com muito por explorar. E esta é, provavelmente, a melhor maneira de uma marca como a do futebol português, de tamanho mediano, se poder tornar verdadeiramente relevante num mercado cada vez mais disputado. Contudo, esta boa ideia conseguiu revelar-se nefasta para a competição portuguesa que devia servir de ponte entre a LPFP e o mercado chinês.

Por cá poucos devem encarar este patrocínio com esperança. A desconfiança prevalece. Afinal, as incoerências que chegaram a público redundam necessariamente em descrédito. O que foi inicialmente proposto foi demasiado grave para não deixar rasto: atentava publicamente contra o mérito, revelando desespero. Em última instância, as competências exclusivas dos clubes e das equipas técnicas eram em parte vendidas à Ledman. E isto cria má fama: qualquer futura iniciativa de formação que acabe por dar minutos de jogo aos atletas chineses na II Liga será sempre ensombrada pela dúvida do tempo patrocinado.

A rebatizada Liga Pro começa imediatamente associada a cargas negativas: uma competição desportiva que contempla a hipótese de vender um dos seus elementos estruturantes não pode atrair muita gente. Nem pode gerar lucro para os seus parceiros. Uns ficam sem interesse, outros ficam sem atenção.

A II Liga – todo o futebol português, em boa verdade – precisa de se tornar sustentável. Mas dinheiro que fira a competição na sua reputação não pode ser solução: o que se ganha em capital monetário perde-se em outros tipos de capital. Desde logo no reputacional. Quem paga para ver o clube da sua terra – são destes que falamos, importa sublinhar – a ser forçado a dar minutos a jogadores chineses? Desvirtuar o jogo e as relações que ele suscita nunca pode ser sequer hipótese.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

«Charters» de dúvidas no patrocínio da polémica


O que está em causa no acordo de patrocínio assinado entre a Liga e uma multinacional chinesa?

Provavelmente o patrocínio mais polémico do futebol português. Anunciada na segunda-feira, a parceria entre a Liga e a multinacional chinesa Ledman lançou rapidamente o debate em torno das contrapartidas desportivas do negócio. 

Sobretudo por causa de um parágrafo do comunicado publicado pelo novo patrocinador da II Liga, que anunciava a integração de dez jogadores e três técnicos chineses em equipas da prova, com «taxa de utilização dos jogadores» garantida pela entidade organizadora. 
  
O parágrafo foi apagado entretanto, mas a polémica manteve-se. A Liga reconhece que está disponível para um intercâmbio de formação de treinadores e jogadores, mas diz que o modelo terá ainda de ser analisado em reunião de direção (a próxima está marcada para meados de fevereiro). 
  
Uma taxa mínima de utilização seria antirregulamentar, e por isso não pode constar do acordo, mas em cima da mesma pode estar uma compensação financeira associada ao tempo de jogo. O debate já começou, enquanto se aguarda por mais esclarecimentos da Liga: a chegada de jogadores chineses pode retirar espaço aos jovens valores nacionais? A necessidade de receitas adicionais pode interferir nas opções técnicas? E dessa forma estará a verdade desportiva em causa? 
  
Assinada por Pedro Proença na segunda-feira, com intermediação do empresário Hugo Varela, a parceria luso-chinesa foi também estudada pelo antecessor, Luís Duque. «Existiram contactados avançados com empresas chinesas, incluindo esta, através de um intermediário», assume o antigo presidente da Liga à «MF Total»
 
Duque reconhece também que «estava em cima da mesa dos clubes» a possibilidade de integrar jogadores chineses nos plantéis, mas os moldes ainda estavam em aberto. Ao que apurámos, a proposta contemplava compensações entre 1.000 e 2.500 euros pela utilização de jogadores chineses, consoante o tempo (30, 45 ou 60 minutos, no mínimo). E só pela inscrição desses jogadores e treinadores os clubes recebiam uma verba que podia chegar aos 100 mil euros numa fase mais adiantada do acordo. 
  
«Já temos cá jogadores chineses. Se num plantel de vinte e tal jogadores tens um jogador chinês...não vejo por que não. Se não for chinês será brasileiro ou de outra nacionalidade qualquer», defende Duque. 
  
O dirigente fala da II Liga como uma «prova atrativa, mas que tem sido mal tratada nos últimos anos». «Tem de ser aproveitada. Promover o jogador português mas também ter financiamento. E se a ajuda vier da China, e se isso implica ter um jogador no plantel, sem obrigatoriedade de jogar, não vejo como isso possa atrapalhar a afirmação do jogador português», complementa. 
  
As propostas estudadas pela direção de Luís Duque contemplavam também o «naming» da prova e a possibilidade de transmitir jogos da II Liga na China, tal como agora se perspetiva, mas se antes a Comissão de Clubes teve participação direta na negociação, agora esta acompanhou à distância. 
  
«Luís Duque apresentou-nos este possível parceiro, e desde aí a Comissão de Clubes esteve em negociações. Na segunda reunião apresentei-lhes uma proposta de topo, muito dura e firme, mas completamente em sintonia com a realidade. Ficámos a aguardar uma resposta. Eu tentava entrar em contacto com eles e eles diziam-me que estavam a analisar a nossa proposta. Uns tempos depois somos confrontados com esta notícia de que iam patrocinar a II Liga e que este era um acordo celebrado entre a empresa e o atual presidente da Liga», explica José Godinho, presidente da Oliveirense e da Comissão de Clubes da II Liga, citado pela agência Lusa. 
  
O dirigente admite vir a «bater palmas de pé» a Pedro Proença, mas para já fica à espera dos detalhes do negócio. 
  
O Sindicato de Jogadores também foi apanhado de surpresa, mas entretanto o seu presidente já conversou telefonicamente com Proença. «Garantiu-me que estavam salvaguardadas as condições que o Sindicato considera fundamentais. Tive o cuidado de pedir que acautelasse o escrutínio e a idoneidade dos investidores. Há vários investidores que aparecem no futebol português sem qualquer idoneidade, e que em vez de resolverem os problemas acabam por agravá-los. É fundamental saber quem são os investidores», diz Joaquim Evangelista à «MF Total», destacando também a necessidade de «acautelar que este negócio nada tem a ver com o fenómeno mundial dos resultados combinados, que tem epicentro na Ásia». 
 
O líder sindical lembrou o acordo celebrado recentemente com a Liga, no qual os jogadores aceitaram reduzir a massa salarial para promover a aposta dos clubes nos jovens. «Queremos que esse compromisso continue a ser garantido. A II Liga e as equipas B têm uma natureza própria, são espaços de transição para o jogador português», defende. 
  
Evangelista reconhece que a II Liga «precisa de investimento e sustentabilidade», pelo que um bom acordo de patrocínio «é bem-vindo, desde que tenha regras». «É inaceitável que um grupo económico interfira nas escolhas desportivas, direta ou indiretamente. Os clubes não devem aceitar isso», acrescenta, mostrando-se desfavorável a uma compensação financeira associada à utilização dos jogadores chineses. 
  
Opinião diferente tem Mauro de Almeida, antigo diretor-geral do Oriental Dragon,um clube criado em Portugal para promover o desenvolvimento de jovens jogadores chineses
  
«Parece-me um acordo benéfico, desde que seja regulamentado, para ser perceber bem como funciona a utilização dos jogadores», começa por dizer. «Já existem jogadores em Portugal que chegam através de fundos ou empresários e que têm obrigatoriamente de jogar. Toda a gente sabe isto no futebol», acrescenta. 
  
Vítor Oliveira diz o mesmo. «Isso já existe. Existem empréstimos nos quais a utilização do jogador reduz os encargos de quem o recebe. Quanto mais joga, menos o clube paga. E se não joga aumenta o encargo, o que leva muitas vezes o clube a prescindir deles. Isso já existe, são contratos por objetivos. Isso não me choca», explica o técnico do Desportivo de Chaves, com vários anos de experiência na II Liga. 
  
Questionado se isso não pode promover eventuais pressões dos dirigentes sobre os técnicos, numa tentativa de obter mais lucro com os jogadores chineses, Vítor Oliveira admite tal cenário: «Mas isso é um problema dos clubes, e não dos chineses. Os presidentes devem ter em conta as questões financeiras, mas não podem esquecer a vertente desportiva, que também ajuda nas contas.» 

 
  
Relativamente à polémica com a suposta obrigatoriedade de utilização dos jogadores chineses, Vítor Oliveira desvaloriza-a: «Não pode ser verdade. Não acredito. Nem pode ser aceite pelos clubes. O acordo não pode condicionar a construção de um plantel, as escolhas do técnico. Devemos esperar pelas explicações do presidente da Liga. Não me passa pela cabeça uma obrigatoriedade.» 
  
O técnico considera, por isso, que seria «extremamente benéfico ter um patrocinador que ajudasse os clubes da II Liga, que tem pouco dinheiro». «As receitas, os patrocínios, os associados...caiu tudo. Há pouco dinheiro, pelo que esse seria um bom indicador», justifica. 
  
Vítor Oliveira perspetiva um «intercâmbio de jogadores, com uma utilização consoante a qualidade dos jogadores e as opções dos treinadores», mas Mauro de Almeida lança outra questão: «Quais os jogadores que vão jogar cá? Os melhores chineses estão nas equipas mais poderosas de lá, que têm enorme capacidade financeira. Não serão esses. Se são atletas que vão receber formação, então provavelmente não vão estar preparados para jogar com regularidade no primeiro ano. Têm qualidade, mas precisam de ser trabalhados. Não existe formação na China.» 
  
Mais uma questão para juntar à lista, à espera do regresso de Pedro Proença. «Charters» de dúvidas, como diria Paulo Futre, que já em 2011 queria apostar forte no mercado chinês.

                                           http://www.maisfutebol.iol.pt/

8 de fevereiro de 2016

Os partidos alternadeiros,e a solução Nacionalista


Votaram na Direita e tiveram mais austeridade.

Agora votaram na Esquerda e vão ter ainda mais austeridade.


É tempo de apoiarem o PNR que não está comprometido com essa marcha da tirania; Esquerda, Direita, Esquerda, Direita...

Não somos nem de Esquerda, nem de Direita, somos de Portugal e mais nada!

2 de fevereiro de 2016

Vintage Trouble no Palco Heineken do NOS Alive

Os norte-americanos são a mais recente confirmação para o primeiro dia do festival, que se realiza entre os dias 7 e 9 de julho no Passeio Marítimo de Algés.

A organização do NOS Alive divulgou mais uma novidade para o primeiro dia do festival — os norte-americanos Vintage Trouble. A banda, que lançou o último álbum, 1 Hopeful Rd., em agosto do ano passado, vai subir ao palco Heineken a 7 de julho, dia que tem como cabeças de cartaz as bandas The Chemical Brothers e Pixies.
Fundados em 2010 em Los Angeles, na Califórnia, os Vintage Trouble têm acompanhado as digressões de algumas das mais míticas bandas de rock, como os AC/DC e The Who. Em 2013, partilharam o palco com os Rolling Stones durante um concerto no Hyde Park, em Londres. O último álbum, 1 Hopeful Rd., o terceiro na carreira dos norte-americanos, foi produzido pela editora Blue Note e por Don Was, vencedor de três Grammy Awards.
Os passes para o festival já estão à venda por 119 euros. Os bilhetes diários custam 56 euros. Para o NOS Alive, que se realiza entre os dias 7 e 9 de julho no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, estão também confirmados nomes como Radiohead, Arcade Fire e Tame Impala.
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